Quando o assunto é a descida de Jesus Cristo aos inferno após a sua morte para pregar aos aprisionados, a falta de referências mais explícitas nas escrituras deixa algumas dúvidas a respeito. Por isso, neste artigo vou esclarecer se Jesus desceu ao inferno para pregar e tudo que aconteceu entre a crucificação e sua ressurreição!
O que Jesus fez enquanto esteve morto?
Nas escrituras bíblicas não há evidências do que Jesus fez após ser morto na cruz. Analisando a Bíblia, ela não é clara sobre se Jesus pregou no inferno no período entre usa morte a ressurreição. O tema surge em poucos versículos, que acabam se contradizendo em alguns pontos. Mas uma coisa é fato: depois da morte não há mais chance de arrependimento e salvação, conforme explica Hebreus 9:27-28. A ideia de que Jesus pregou no inferno vem a partir de uma interpretação do apóstolo Pedro.
Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão que há muito tempo desobedeceram, quando Deus esperava pacientemente nos dias de Noé, enquanto a arca era construída. Nela apenas algumas pessoas, a saber, oito, foram salvas por meio da água.
1 Pedro 3:18-20
Na Bíblia, fala-se que Jesus desceu ao Hades, que em tradução significa inferno e mundo dos mortos. Ou seja, Jesus esteve morto e teve a mesma experiência que os homens têm. Porém, o filho de Deus não ficou no mundo dos mortos e ressuscitou. Sendo assim, quando a Bíblia menciona que Jesus morreu de verdade, não significa dizer que ele tenha ido para o tormento do inferno.
Efésios 4:9-10
9 Ora, isto — que subiu — o que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra? 10 Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas
Jesus desceu ao inferno para pregar
Uma das principais teorias após a morte de Jesus é de que ele tenha pregado aos anjos caídos que estão presos no inferno, também citado na Bíblia como “Sheol” ou “Hades”. Segundo a crença de que Jesus tenha descido ao inferno para pregar aos espíritos aprisionados, ele declarou sua vitória sobre a morte e vivificado em espírito.
Jesus foi até aqueles que estavam em prisão e anunciou sua mensagem de salvação para espíritos que viveram antes da morte de Cristo e que não haviam ouvido o evangelho. Em sua vitória sobre a morte, Jesus teria levado a salvação a esses espíritos e ofereceu a eles a oportunidade de conhecer a verdade e a esperança em Deus. Esse ato também pode expressar o imenso amor e misericórdia de Jesus que se estendeu até mesmo para aqueles que já haviam morrido.
Ao ressuscitar, Jesus venceu e destruiu o poder da morte, ou seja, a partir de então, quem se arrepende dos pecados e aceita Jesus como único e suficiente salvador não precisa mais temer a morte.
Mas quem eram os espíritos aprisionados?
Estes espíritos citados por Pedro no capítulo 3, seriam pessoas que viveram em rebeldia e ainda no capítulo 4 de Pedro, eles são citados como mortos. Sendo assim, trata-se de pessoas que viveram sem Deus e sem Cristo e morreram sem conhecer o Evangelho.
Acredita-se também que a pregação de Jesus tenha sido feita por Noé como profeta aos mortos, através do Espírito de Cristo. Sendo assim, o próprio Senhor teria falado aos espíritos aprisionados por intermédio de Noé.
O inferno já existe?
A primeira reflexão que temos que fazer é: como Jesus Cristo poderia ir ao inferno, sendo que o inferno só será inaugurado quando Deus lançar Satanás e seus anjos no inferno?
Para começar, o entendimento sobre inferno varia segundo o sentido e a interpretação da palavra. O termo “inferno” pode ser também interpretado como a habitação dos mortos, ou ainda a sepultura, por exemplo. Mas também “inferno” pode significar lugar de tormento para as almas dos ímpios e pecadores ou ainda uma prisão específica para semi-deuses.
Porém, nas escrituras, fala-se que quem vai estrear o inferno é a Besta e o falso profeta e depois, claro, quando Satanás for liberado de sua prisão será lançado ao inferno junto dos ímpios e pecadores.
Questões sobre a ida de Jesus ao inferno
Por que Jesus Cristo desceu ao inferno?
As interpretações das razões pelas quais Jesus desceu ao inferno são amplas. Acredita-se que ele tenha ido para dar redenção e salvação aos espíritos dos mortos que não conheceram o Evangelho antes de sua chegada. A pregação de Cristo no inferno também pode simbolizar a redenção dos cristãos, pois Jesus sentiu na pele as consequências dos pecados que ele redimiu.
Onde está escrito que Jesus pregou no inferno?
Em 1 Pedro 3:18-20, o apóstolo de Jesus Cristo cita que Jesus sofreu pelos pecados uma vez por todas, como justo, sofreu pelos injustos. Tudo isso para nos conduzir a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito. O trecho ainda cita que Jesus pregou aos espíritos em prisão que há muito tempo haviam desobedecido, quando Deus esperava com paciência nos dias de Noé.
O que Jesus pregou sobre o inferno?
Em diversos trechos Jesus alerta sobre o inferno e a destruição eterna, onde há choro e ranger de dentes. Os versículos podem ser conferidos em Mateus 5.22, Mateus 7.13, Mateus 8.12. Cristo pregou sobre a condenação do pecado e salvação pela vida eterna com Deus.
Links relevantes sobre a vitória de Cristo sobre a morte
- Descida de Cristo aos infernos
- Jesus Desceu ao Inferno para pregar aos espíritos em prisão?
- Jesus pregou aos mortos?
Cristiano Duarte é jornalista formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Foi repórter multimídia de Zero Hora, Rádio Gaúcha e Diário Gaúcho no Grupo RBS, em Porto Alegre. Recebeu o 1º Lugar no 31º Prêmio SETCERGS de Jornalismo com a série de reportagens sobre a greve dos caminhoneiros em 2018. Em Zero Hora, conquistou o prêmio “Society for News Design”, em Washington, DC, Estados Unidos, com a série de reportagens “Verão sobre duas rodas”. É certificado pela ONU para cobertura de guerras e conflitos internacionais pelo curso das Forças Armadas de “Jornalistas em Áreas de Conflito” – CCOPAB, Rio de Janeiro.